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Transtornos Alimentares

Autora

Helena Fonseca Raposo

Nutricionista | CRN 3-17873

Os transtornos alimentares estão entre os problemas psiquiátricos que mais ameaçam a vida. As pessoas com estas condições morrem 10 a 20 anos mais jovens do que a população em geral 1.

O risco aumentado de morte prematura na Anorexia Nervosa e Bulimia Nervosa está associado a complicações médicas, uso de substâncias ou suicídio1.

A preocupação com o corpo começa cedo. Pesquisas mostram que entre 40-60% das meninas do ensino fundamental (6 a 12 anos) estão preocupadas com seu peso ou com a possibilidade de engordar demais. Entre as adolescentes, 60% fazem dieta regularmente e 45% fumam cigarros para controlar peso2.

Embora os transtornos alimentares costumem ser considerado raros. A anorexia nervosa é a terceira doença crônica mais comum entre adolescentes, logo depois da obesidade e da asma3. E estudo recente envolvendo 16 países indicou que mais de 1 em cada 5 crianças e adolescentes (22%) entre 6 e 18 anos apresentou comer transtornado/desordenado. Embora a maior proporção ainda esteja entre as meninas (30%), os meninos (17%) também sofrem com a relação com o corpo e com a comida4. Essa proporção também aumenta entre os jovens com excesso de peso, que apresentam sintomas de distúrbios alimentares com mais frequência4 e 5.

É importante esclarecer que os transtornos alimentares possuem uma etiologia multifatorial composta de predisposições genéticas, socioculturais além de vulnerabilidades biológicas e psicológicas. Dentre os fatores predisponentes, os ambientais e sociais tais como: estilo de vida e dieta, ambiente familiar, influência da mídia e padrão de beleza merecem grande atenção6.

Vale alertar que, mesmo bem-intencionadas, as cobranças de familiares, amigos e profissionais da saúde podem desencadear comportamentos não saudáveis com relação ao controle de peso e um comer transtornado MHS

A prevenção dos Transtornos Alimentares passa por condutas e orientações dos profissionais da saúde, que devem evitar MHS:

  • Proibições e restrições radicais na alimentação
  • Dietas que limitam consumo independente do contexto social
  • Regras rígidas sobre alimentos bons vs. ruins
  • Comparações e comentário sobre o corpo

1. Chesney E, Goodwin GM, Fazel S. Risks of all-cause and suicide mortality in mental disorders: a meta-review. World Psychiatry. 2014 Jun;13(2):153-60. doi: 10.1002/wps.20128. PMID: 24890068; PMCID: PMC4102288.

2. Goff H. A Review of: Evidence Based Treatment for Eating Disorders: Children, Adolescents, and Adults (Eating Disorders in the 21st Century), 2nd ed., edited by Ida Dancyger and Victor Fornari and The Oxford Handbook of Child and Adolescent Eating Disorders: Developmental Perspectives, edited by James Lock. J Child Adolesc Psychopharmacol. 2016 Feb 1;26(1):84–7. doi: 10.1089/cap.2015.29026.hg. PMCID: PMC4779286.

3. Herpertz-Dahlmann B: Adolescent eating disorders: Definitions, symptomatology, epidemiology, and comorbidity. Child Adolesc Psychiatr Clin N Am 18:31–47, 2008.

4. López-Gil JF, García-Hermoso A, Smith L, Firth J, Trott M, Mesas AE, Jiménez-López E, Gutiérrez-Espinoza H, Tárraga-López PJ, Victoria-Montesinos D. Global Proportion of Disordered Eating in Children and Adolescents: A Systematic Review and Meta-analysis. JAMA Pediatr. 2023 Apr 1;177(4):363-372. doi: 10.1001/jamapediatrics.2022.5848. PMID: 36806880; PMCID: PMC9941974.

5. Jebeile H, Lister NB, Baur LA, Garnett SP, Paxton SJ. Eating disorder risk in adolescents with obesity. Obes Rev. 2021 May;22(5):e13173. doi: 10.1111/obr.13173. Epub 2021 Jan 6. PMID: 33410207.

6. Mayo-Martínez L, Rupérez FJ, Martos-Moreno GÁ, Graell M, Barbas C, Argente J, García A. Unveiling Metabolic Phenotype Alterations in Anorexia Nervosa through Metabolomics. Nutrients. 2021 Nov 26;13(12):4249. doi: 10.3390/nu13124249. PMID: 34959800; PMCID: PMC8706417.

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